– Prosperidade e Boa Fortuna na Carta Natal, por Abu ‘ Ali Al-Khayyat.

Algumas observações simples sobre a obra “Os Julgamentos das Natividades” de Abu ‘ Ali Al-Khayyat, Astrólogo Árabe discípulo de Mashallah, segundo consta na tradução de James H. Holden.

No Sétimo Capítulo, em que o autor aborda “A Prosperidade e a Adversidade do Nativo”, ele utiliza um método muito simples e rápido, para determinar se o nativo será próspero e terá posses ou não. Esta versão do livro, consta inclusive de uma nota de rodapé muito elucidativa, que diz que a palavra “prosperidade” na qual o autor se refere não se limita à “matéria financeira”, mas sim à “Boa Fortuna em todos os aspectos da vida”, o que é bastante esclarecedor na minha opinião.

O autor leva em consideração alguns pontos específicos neste método de análise. Ele nos orienta a olharmos para a carta e verificarmos se trata-se de uma carta Diurna ou Noturna, ou seja: Se o Sol está no hemisfério superior (entre as casas 12, 11 ,10, 9, 8 e 7) ou no hemisfério inferior (entre as casas 6, 5, 4, 3, 2, 1) – esta linha que divide a carta ao meio horizontalmente, é a linha do horizonte, à leste temos o ascendente (onde o sol nasce) e ao oeste o descendente (onde o sol se põe). Se na carta natal o Sol está no hesmifério superior, dizemos que é uma natividade diurna. Se o Sol está no hemisfério inferior, dizemos que a natividade é Noturna.

Após definir se o mapa é Diurno ou Noturno, devemos buscar o luminar regente – neste caso a Lua rege sobre cartas noturnas e o sol sobre cartas diurnas (independente de onde a lua esteja – o que define é a posição do Sol). até aqui, super básico. Daí se a carta for diurna, olhamos para a posição Zodiacal do Sol e determinamos a natureza do Signo em que ele está. Pegamos então os três regentes da triplicidade deste signo, conforme Dorotheus apresenta. Por exemplo: Mapa Diurno, com Sol em Aquário. Neste caso devemos olhar para os três regentes da triplicidade do Ar. Como a carta é diurna, começamos por Saturno, depois Mercúrio e por ultimo Júpiter.

Cada um dos três regentes da triplicidade, governará sobre um período da vida do nativo dividida por três. E o que ele usa para determinar se haverá boa sorte ou adversidade (pobreza, infortúnios e etc). Ele analisa a força mundana destes planetas determinados pela Casa em que estão. Casas angulares fortes prometendo boa fortuna, Casas sucedentes médias prometendo média fortuna e as cadentes são fracas, prometendo adversidade.

Vejamos um exemplo que ele cita, para ilustrar melhor:

“Exemplo 1: Uma natividade noturna com Gêmeos ascendendo.

O Sol e Vênus em Leão, Saturno e Lua em Escorpião, Marte em Aquário, Júpiter em Touro, e Mercúrio em Virgem significam nesta figura a Má Sorte deste nativo a partir dos Senhores da Triplicidade da Lua porque a natividade era noturna. E o primeiro senhor desta triplicidade era Marte, o segundo Vênus, ambos cadentes dos ângulos, que significa pobreza e más condições para o nativo. E portanto este nativo foi um pobre, e ele apenas obteve seu sustento por trabalho duro.”

Desculpem a tradução “mequetrefe”. Veja que no caso acima, como os dois primeiros regentes estão em uma condição muito ruim, incluindo o Luminar da seita conjunto à Saturno um maléfico contrário à seita, na sexta casa, uma vez que o ascendente é Gêmeos – escorpião se torna o sexto signo, cadente, e Lua ainda em queda em escorpião. Marte, está em signo fixo, assim como o Sol, e a lua os enxerga por quadratura, por signo inteiro. O autor nem sequer investigou o terceiro regente da triplicidade, que neste caso seria a própria Lua, em tal configuração débil e cadente assim como os demais senhores da triplicidade da água – elemento do signo lunar – escorpião. Ou Seja: Marte, Primeiro regente da triplicidade da água, cadente na nona casa. Vênus, segundo regente da triplicidade, cadente na terceira casa. Lua, terceiro regente, cadente na sexta casa.

O autor começa desenvolvendo um raciocínio simples, como este acima, onde ele julga apenas os Três Regentes da triplicidade do Luminar da Seita, por sua colocação por Casa – levando em consideração os critérios de força por Angularidade, Sucedência ou Cadência do ângulo. E a partir disso, nos próximos exemplos, ele vai refinando seu raciocínio e nos ensinando a refinar a análise e o julgamento, ele chega a citar inclusive num dos exemplos que o nativo não será Próspero, mas será ao menos criado (o que para a época era algo importante e ele dedica o primeiro capítulo à saber se o nativo será “criado”) e terá sustento.

– Obs: Tentei reconstruir a carta natal que o autor apresenta no livro. Sem sucesso. Busquei séculos de efemérides passadas e não consegui reconstruir o gráfico, nem de modo básico (sem levar grau em consideração, apenas signo). Para os próximos pretendo fazer um esboço gráfico em algum editor de imagem apenas para ilustrar – replicando a imagem do mapa natal no livro, para facilitar a visualização de vocês.

Sírius Astrologia Tradicional,
Rafael Diniz.

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